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segunda-feira, 21 de maio de 2012

PCdoB debate libertação da mulher para a luta pelo socialismo 


A luta pela emancipação das mulheres é estratégia. Estratégica para trazer a mulher para luta pela libertação da humanidade de todo tipo de opressão, que atinge homens e mulheres. A avaliação foi feita pela presidente do PCdoB do Rio de Janeiro, Ana Rocha, na primeira mesa de debate da 2ª Conferência Nacional do PCdoB sobre a Emancipação da Mulher, neste sábado (19), em Brasília.



Leonardo Brito
PCdoB debate libertação da mulher para a luta pelo socialismo  Ana Rocha quer reflexão profunda sobre problemas reais no cotidiano da mulher.
"Queremos ser felizes, já passamos do feminismo primitivo que queria lutar contra os homens. O feminismo atual sabe que os homens são instrumentos, mas a causa está na sociedade. Queremos ser felizes e queremos os nossos homens também felizes”, afirmou.

Ela disse que concorda com a escritora francesa Simone de Beauvoir em sua autocrítica, que disse que quando escreveu “O Segundo Sexo”, ela acreditava que a emancipação da mulher só se daria no futuro socialista, mas que depois percebeu que temos que mudar estrutura de opressão que envolve homens e mulheres, mas temos que enfrentar desde já a opressão da mulher.

Ana Rocha enfatizou a opinião de que “os socialistas entraram nessa armadilha. A visão era trazer a mulher para a luta pelo socialismo, deixando de ver as questões que impediam a mulher de vir para luta”.

Segundo ela, “essa questão exige uma reflexão em profundidade porque existem problemas reais no cotidiano da mulher que a impede de exercer a economia e a política. Sua sobrecarga não dá a ela tempo e nem condições de disponibilidade para isso, esse tempo e disponibilidade que o homem tem”.

Armadilha capitalista

Para ela, “sem esquecer a radicalidade para superar todo tipo de opressão, é importante se preocupar, desde já, com os entraves que impedem as mulheres de liberar suas energias para a felicidade e construção das mudanças. A transição sob o ponto de vista econômico não pode esquecer de transpor os conceitos culturais plantados secularmente de opressão às mulheres”.

A avaliação é que “o poder de mudar passa por saber as origens da opressão e enfrentar a dialética do tempo, aqui e agora. A mulher tem defasagem, o que traz o dever de capacitar a mulher para a luta. A mulher atual é provedora e cuidadora. Mas, se ela faz o cuidado de graça, já é um favor lhe dar um salário. Essas armadilhas precisam ser desvendadas”, alerta Ana Rocha.

Ela critica o sistema capitalista que se utiliza do mecanismo ardiloso que é o fato do cuidado dos filhos ser prazeroso, mas que faz a mulher perder o espaço na sociedade. “O capitalismo usa a política de cuidado para sobrecarregar a mulher com atribuições que devem ser da sociedade. Ninguém pergunta por que uma mulher joga um filho no lixo, apenas critica, sem considerar que a sociedade é cruel com a mulher”, disse Ana Rocha.

Autora das mudanças

No modelo atual, as mulheres são o elo mais fraco, por isso ela tem que se movimentar para promover as mudanças. Elas têm que ser autoras dessas transformações. E as mudanças envolvem o processo coletivo e social, mudanças na forma de pensar e de agir e superação do sistema capitalista.

Ela lembrou ainda que se as pesquisas demonstram que a mulher jovem, negra e pobre é a mais atingida pela opressão, a luta emancipacionista deve ter corte de classe, etnia e faixa etária.

O sistema capitalista no modelo neoliberal é um atraso para a luta das mulheres, por isso a líder comunista comemora o fato de estarmos no Brasil, onde os governos dos últimos anos têm garantido políticas públicas para as mulheres. “Dilma nesse caso, no Brasil, é um avanço porque tem passado progressistas e está determinada a enfrentar pobreza, embora esteja limitada pelo modelo capitalista”, avalia.

“Uma série de ações, como Luz para Todos, salário mínimo, tudo isso ajuda a mulher e temos que nos agarrar a eles”, afirma Ana Rocha, explicando que na luta pela libertação das mulheres deve-se levar em conta processos micro e macro, levando em conta a mulher concreta e suas amarras.

O evento trouxe à Brasília homens e mulheres de todos os 27 estados.

Márcia Xavier
Da Redação do Vermelho em Brasília
Fotos de Leonardo Brito

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